Descobrindo RPG: Minha Jornada Pessoal
Existem muitos sites, que explicam de forma muito melhor do que esse, o que é RPG. Por isso você não encontrará aqui uma explicação didática. Será mais como um relato de como eu descobri o jogo e como ele influenciou a minha vida e escolhas desde então.
Meu primeiro contato com o RPG de mesa
Eu joguei pela primeira vez entre os 14 e 15 anos. Um amigo havia comprado uma revista que vinha com uma aventura no sistema 3D&T (ou seria Daemon). Se me lembro bem, a aventura se chamava “A Torre dos Pesadelos”. Éramos três jogadores, mais o dono da revista que estava mestrando do melhor jeito que conseguia. Foi uma coisa maravilhosa, era como viver as aventuras que eu jogava nos videogames.
Depois da minha primeira sessão passou-se alguns meses antes que eu tivesse contato com o RPG novamente. Foi através de outro amigo, que levara ao colégio o velho manual vermelho de 3D&T. Aprendemos o sistema, arranjamos uns dados afanados de um ludo qualquer que estava pegando poeira e jogamos muito no período do recreio. Foi um período maravilhoso que gerou muitas histórias icônicas e malucas.
Depois do 3D&T, já entrando na faculdade de biologia, conheci o D&D 3ª Edição. Eram livros xerocados em preto e branco, com algumas páginas quase ilegíveis. Conheci muitos amigos nessa época que mantenho até hoje. O D&D, como sistema, era muito mais complexo que o que eu já estava acostumado. Achei isso bom, parecia que eu estava evoluindo como jogador. O D&D e seus derivados foram os únicos sistemas de jogo usados por mim e por meus amigos durante muito tempo, e tinha virado sinônimo de RPG em nosso meio.
Ampliando meus horizontes
Um dia eu estava navegando na internet, acho que usando o Facebook, quando descobri a existência do Dungeon World. Como assim dava pra jogar RPG de fantasia medieval sem quilos de tabelas, quase uma dezena de suplementos e tabuleiros quadriculados com bonequinhos? Foi uma descoberta que me fez repensar o hobby. Será que ele precisava ser tão complicado? O 3D&T era bom, e era muito simples. Mas anos de D&D me fizeram desconsiderar jogos que não usavam um d20 (dado de 20 lados). Pra meu grupo de amigos, “RPG de verdade usa d20 ou, pelo menos, d10!”
Para quem não conhece, o Dungeon World é um jogo “Powered by the Apocalypse” (PbtA). O PbtA é uma estrutura de design de jogos de RPG criada por Meguey Baker e Vincent Baker para o jogo Apocalypse World em 2010. Em vez de ser um sistema de regras específico, PbtA é uma abordagem que foca na narrativa e na resolução de conflitos através de “Movimentos” dos personagens. Ele é um que incentiva a criação de histórias colaborativas e dinâmicas, com ênfase na fluidez da narrativa em vez de regras complexas.
O Dungeon World foi a ponta do iceberg. Daí em diante diversifiquei muito meu repertório e expandi muito meu conceito a respeito do jogo. Comecei a seguir criadores de conteúdo de RPG que falavam de diversos sistemas (inclusive alguns que gostavam muito de malhar o D&D por formar essas comunidades meio excludentes), experimentei muita coisa e aprendi a gostar de muita coisa.
Talvez, um pouco mais que um hobby
Talvez eu possa considerar o RPG como parte da minha personalidade. Não sei se é algo saudável, mas é parte de quem eu sou. Recentemente decidi colaborar um pouco mais com o hobby, no sentido de trazer mais pessoas para conhecê-lo e experimentá-lo. Formei um singelo servidor no Discord onde tento narrar algumas sessões esporádicas e incentivar que outros formem seus grupos também.
Nesse sentido, de fomentar o RPG, que surgiu esse blog. Aqui pretendo disponibilizar alguns materiais para jogos. Espero conseguir tornar jogos mais acessíveis, tornar o hobby mais popular e, quem sabe, incentivar novos criadores nacionais e ampliar a gama de jogos em português.
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